Os participantes do AR World Championship 2009 tiveram a oportunidade de descansar um pouco após um primeiro dia de muitas escolhas estratégicas e diversas atividades curtas. Turistas e moradores de Cascais paravam para olhar os competidores correndo pelas ruas e buscavam informações sobre o que estava acontecendo.
Ao término das etapas do primeiro dia as equipes se deslocaram até Lousã, onde puderam tomar banho e descansar para o início da jornada no dia seguinte. Com a largada programada para as 08h00 muitos se apressaram para conseguir dormir o maior tempo possível. Quem chegou mais cedo conseguiu também se aproveitar dos colchões utilizados em treinamentos de luta para servir de isolante e também guardou seu lugar na parte mais escura do ginásio. Mas não era fácil dormir porque o entra e sai do ginásio e o barulho de atletas arrumando suas coisas era constante.
Na manhã desta segunda feira a relargada aconteceu no Castelo de Lousã, desta vez sem paradas obrigatórias até o final do percurso total de 900 quilômetros.
Enquanto a prova se direciona para norte, o clima se torna cada vez mais frio. Na noite de ontem os atletas tiveram a oportunidade de tomar uma sopa quente oferecida pela organização, o que foi muito bem vindo na noite gelada. Que dizer, gelada para nós, porque a maioria dos atletas europeus estão achando a temperatura ideal para correr, pois ela está na média que encontram no verão.
A neblina forte e o vento frio exigiram um pouco mais do navegadores, que não conseguiam enxergar as referências das montanhas, mas como característica deste formato de prova, a estratégia é que definirá os grandes vencedores.
A primeira seção do dia foi um duro trekking pelas Aldeias do Xisto, um projeto turístico que busca divulgar as aldeias (pequenas vilas) espalhadas pela região e as trilhas que as liga. Podemos comparar o projeto ao Caminho de Santiago de Compostela, mas numa escala menor e com o objetivo de trazer à tona o valor histórico da região e suas construções.
As vilas são formadas por casas separadas por ruas estreitas, ambas feitas de xisto, uma pedra facilmente reconhecíveis pelo seu formato (chatas e laminadas), localizadas nas encostas das montanhas e normalmente protegidas dos ventos dentro de vales. Mas a modernidade já chegou ao local e as casas possuem energia elétrica e água canalizada. Em uma das vilas que os atletas visitaram existe uma pequena lanchonete construída no interior de uma casa e um grande contraste: na parede de xisto havia uma televisão de plasma e no balcão, uma cafeteira elétrica.
Mas isso não tiro o brilho histórico das vilas e hoje algumas delas estão sendo adquiridas pelas pessoas como casas de campo.
A disputa entre as líderes continua acirrada e a sueca Lundhags começou o dia como a equipe a ser vencida com a vitória conquistada no primeiro dia. O domínio dos suecos no domingo se completou com a Team Explore a FJS na segunda e terceira colocação respectivamente.
Equipes favoritas como Orionhealth.com e Nike travam uma batalha para se adaptar ao formato de prova e se manter na liderança. Pela estratégia ou talvez para não precisar traçá-la em cada seção, as equipes estão passando chegando com a marcação de passagem em todos os PC’s.
Neste formato de prova todo o pelotão sempre anda muito próximo, pois as equipes mais lentas acabam deixando de passar pelos postos de controle opcionais e o grupo se encontra a todo o momento. Talvez essa não seja uma situação que as melhores equipes do mundo estejam acostumadas. Normalmente elas se isolam na frente e quase nunca veem outras equipes em seu caminho.
O final do trekking foi marcado por um rapel seguido de canyoning, próximo à Pena, outro aldeia que faz parte do complexo Aldeias de Xisto. Era obrigatório o uso de roupas de neoprene para fazer o caminho pela água.
A previsão é que as equipes cheguem na próxima área de assistência no começo da manhã de amanhã (terça feira).
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